- Área: 298 m²
- Ano: 2015
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Fotografias:André Nazareth, Matias Baumann
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Fabricantes: Lajes Volterrana, Parquet Nobre, Portobell
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto é uma intervenção em uma residência preservada dentro da APAC Humaitá (Àrea de Proteção do Ambiente Cultural do Humaitá) pelo Órgão de Patrimônio Cultural da Cidade do Rio de Janeiro - Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH).
Na fase de levantamento percebemos que a fachada de fundos já estava completamente descaracterizada por conta de intervenções realizadas no passado. Percebemos aí uma grande oportunidade de criar soluções que conferissem à casa maior grau de iluminação natural, ventilação e conexões entre espaços internos e espaços externos. A partir desta percepção partimos para uma proposta que cria um contraste nítido entre o antigo e o novo.
As fachadas frontal e lateral, ambas voltadas para a rua, foram completamente restauradas de acordo com o projeto original da casa. A fachada de fundos foi completamente renovada dentro de uma proposta contemporânea onde a volumetria original é mantida e reforçada pelo pórtico executado com placas cimentíceas.
Nas primeiras entrevistas com os clientes percebemos que os espaços internos originais da residência não poderiam comportar todo programa demandado de forma adequada. Como havia esta limitação em relação à volumetria original, concluímos que a melhor solução para resolver a falta de espaço seria redividir os níveis da residência de forma a criar um 3º pavimento antes inexistente. Este novo pavimento que ocupa a área do antigo madeiramento do telhado se transformou em um sótão que abriga o quarto de um dos filhos do casal. Todo o telhado teve que ser removido, o madeiramento antigo foi substituído por estrutura metálica, as telhas originais foram separadas, lavadas e reinstaladas.
Como resultado desta decisão de redivisão dos níveis, todas as alvenarias internas e assoalhos foram demolidos. O novo sistema estrutural adotado é constituído de lajes pré fabricadas apoiadas em perfis metálicos engastados em parte nas alvenarias externas. Desta forma, chegamos a um sistema estrutural misto, onde as paredes originais em tijolo maciço continuam exercendo sua função portante.
O antigo madeiramento que sustentava o assoalho original foi reciclado se transformando nos degraus da escada que interliga os pavimentos. Este processo se deu a partir do cuidado com os recursos materiais que seriam descartados na fase de demolição, do trabalho artesanal e do pensamento criativo promovido no canteiro de obras. na execução de paredes de vedação que estão em posição de destaque junto à escada e no sótão.
Foi criado um telhado verde na laje de cobertura da churrasqueira. Este jardim confere maior conforto térmico para a área da churrasqueira e para o pátio. A residência foi dotada de sistema de captação de água da chuva e aquecimento da água através de painéis solares.
As janelas e portas originais foram completamente restauradas. As várias camadas de tinta foram raspadas a partir de processos manuais revelando a madeira antes recoberta.
A tinta utilizada nas fachadas restauradas são da marca Solum e não apresentam componentes químicos nocivos ao meio ambiente.